DevOps é muito abrangente e tem diversos princípios (Fluxo de valor, pipeline de implantação, controle de versão, gerenciamento de configuração e definição de done). No artigo de hoje falaremos sobre o fluxo de valor. Mas afinal, você sabe você sabe do que se trata esse princípio?
Origem
Bom, para começarmos a nossa leitura, precisamos entender que em DevOps existe uma mudança drástica dos processos de trabalho tradicionais. Na maioria das organizações que não adotaram práticas DevOps, as equipes trabalham com um modelo fracionado por cada uma das etapas do processo, assim proporcionando um poucas entregas de grande volume. Já em organizações DevOps a história é outra, as equipes trabalham com um fluxo contínuo de entregas (muito menores e mais rápidas).
Essa ideia tem origem com o Lean Manufacturing, onde foi definido em implementado na produção de fábricas, uma esteira de entrega contínua que maximizaram a eficiência da equipe, diminuíram o tempo de entrega, desperdícios e retrabalhos.
Adaptando à TI
Fluxo de valor
Afinal, como conseguiremos adaptar práticas de manufatura para o nosso dia a dia dentro da TI?
Em primeiro lugar, é necessário que se faça um mapeamento do fluxo de valor (VSM). O VSM nada mais é do que uma técnica utilizada para conseguir contextualizar as atividades e sequencias que será trabalhada. Ela é feita no modelo de um fluxograma, permitindo ter uma visão macro do processo, tornando-se possível analisar ele de ponta a ponta, desde o início (pedido do cliente) até a entrega final do produto ao cliente.
A sequência de etapas visível, onde estamos transformando grandes entregas em pequenas entregas, faz com que em qualquer momento se torne necessário termos de lidar com atrasos, desperdícios e retrabalhos que possam acontecer por conta da falta de qualidade e decisões rápidas de curto prazo que comprometem a estabilidade futuras (a famosa dívida técnica). Porém nos abre a possibilidade de enxergar os gargalos, mensurá-los e otimizar as entregas de forma constante.
Agora, é necessário que o processo seja visto, visualizado, entendido e formatado de acordo com as suas etapas, e principalmente se torne capaz de começar a entender como engajar e alinhar as competências dos profissionais nesse fluxo de valor.
Se pararmos para pensar, a inserção do mapeamento do fluxo de valor, significa que agora é operacionalizado uma maneira de trabalhar que antes era feita de maneira cascata. A operacionalização começa a ter uma abrangência de trabalho, absorvendo o que era feito antes como atividades de projeto.
Como mensurar o fluxo?
Diversos profissionais especializados em diferentes áreas precisam estar altamente alinhados e sincronizados durante o processo, mas como mensurar e controlar isso?
Existem 3 indicadores que são fundamentais para mensurar o processo:
Lead Time (LT)
Quantidade de tempo que leva desde o momento em que um cliente solicita um pedido, até o momento em que o produto está pronto para a entrega.
Process Time (PT)
Quantidade de tempo para executar uma determinada tarefa.
Percent Complete and Accurate (% C/A)
Grau em que o trabalho de um fornecedor upstream é determinado pelo downstream cliente para ser completo e preciso (livre de erros).
Após a adoção desses 3 indicadores, os gestores terão dados para analisar e fazer melhoras em todo o seu processo, maximizando o valor dele, diminuindo retrabalhos e estando mais ligado ao negócio como um todo.
Obviamente após conseguir mensurar as etapas do processo, surgem dúvidas e soluções de como melhorá-lo e otimizá-lo baseados nesses indicadores. Listamos aqui algumas dúvidas que geralmente aparecem na cabeça dos gestores:
Lead Time (LT)
O que exatamente contribui para o lead time além da criação do produto, e como poderemos reduzir radicalmente o tempo perdido em filas e espera?
Process Time (PT)
Como podemos mudar as práticas de trabalho para reduzir o tempo de processamento em cada etapa?
Percent Complete and Accurate (% C/A)
Porque demonstrar algumas etapas de trabalho %C/A com valores inferiores a 100% e como podemos alcançar a completa ausência de erros?
Não existe uma resposta padrão pois cada caso é um caso, dentro de uma mesma organização podem existir diversos mapas de fluxo de valor, mas o que realmente conseguimos demonstrar é que com essa técnica é possível conseguir:
– Entender: Métricas chaves que permitem analisar desperdícios e suas soluções, como também a escala do desastre
– Ter foco: Representação visual e valor criado em vez de ações (Por que vs O quê)
– Identificar: afunilamentos, gargalos e evitar armadilha de otimização local (Teoria das restrições)
– Realizar: Principais ideias de DevOps e um fluxo suave e uniforme de passo a passo com entrega contínua, ritmicamente, sem atrasos desnecessário e com uma ótima utilização de recursos.
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