O Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV) tem se apresentado uma ferramenta de produção relevante quando precisamos nos encorajamos a entender as fontes do desperdício no objetivo de implantar melhorias do fluxo contínuo. Suas origens estão no Lean, Sistema Toyota de Produção, que na manufatura, analisa tempos das linhas de produção para sincronizar cada parte do processo de modo a evitar esperas, sobrecargas e gargalos.  O objetivo da análise MFV é compreender onde o processo falha em entregar o valor de que o cliente necessita.  O papel mais importante do mapeamento do Fluxo de Valor é determinar quais ações de melhoria precisam ser implementadas para atingir o estado futuro desejado.  O mapa do fluxo de valor mostra a entrada, os passos e a saída do fluxo de valor. Ele nos ajuda a entender como o fluxo está atualmente funcionando.

Benefícios e importância do mapa de fluxo de valor

No mapa de fluxo de valor calculamos o tempo de espera e do ciclo e realizamos uma análise de valor/não valor de cada etapa. Desta forma podemos identificar onde há problemas de fluxo e de desperdícios no processo. O mapa mostra claramente onde há estoque no processo, que devemos evitar. Portanto, ele ajuda a identificar onde aplicamos os sistemas push e pull. Além disso, ele é fundamental para a identificação de desperdícios no processo e para auxiliar no alcance da perfeição. Trata-se de um instrumento para a realização de todos os princípios Lean.

Na TI o MFV, tem se apresentado muito importante na adoção do fluxo contínuo de uma peça que em DevOps, estabelece como uma transformação na maneira de trabalhar e entregar valor. Se bem, nos ajuda a visualizar os pontos importantes de melhoria, é ainda pouco explorado. O que devemos fazer para melhorar? Onde estão as fontes de desperdícios? Como podemos fazer para direcionar esforços? Quais habilidades e capacidade são necessários para realizar as mudanças? Como podemos viabilizar as entregas que atendam concretamente nossos clientes, evitando ações internas sem valor?

O Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV) é um exercício para compreender desperdícios e potenciais de melhoria utilizado para visualizar os estados atual e futuro de um fluxo de valor. Esta visualização é particularmente utilizada para facilitar a comunicação entre a equipe de melhoria e as partes interessadas, assim como outros recursos no processo ou gerentes por ele responsáveis.

Com esta visão, precisamos priorizar e determinamos qual processo precisamos melhorar para atender aos requisitos e desejos críticos à qualidade do cliente. Assim, podemos posteriormente focar em analisar e implementar o que melhorarmos no processo. Para fazer isso vamos produzir um Mapa de Fluxo de Valor. Este é um diagrama detalhado do fluxo do processo atual. Neste fluxo detalhado, registramos dados-chave e ilustramos onde se encontram desperdícios no processo.

Engajamento de toda a equipe 

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É importante engajar a toda a equipe, para refletir sobre seu processo atual para identificar gargalos e outros impedimentos. O próximo passo é determinar melhorias junto com a equipe e criar um plano com prazo máximo de três meses para a realização de melhorias.

Então assim, se estruturam alvos claros desejados do estado futuro do Fluxo de Valor e comunicamos a todas as partes interessadas das melhorias que serão realizadas. A equipe será capaz de diferenciar entre melhorias de alto e de baixo impacto.

Objetivo do Mapeamento do Fluxo de Valor

Estas três etapas são iterativas, uma vez que o estado futuro se torna o estado atual à medida que melhorias (principalmente as de alto impacto) são incorporadas à organização. Quando as melhorias se tornam visíveis para o cliente, se torna importante investigar as necessidades do Cliente e os elementos críticos da qualidade para ver se a organização está atendendo aos seus requisitos e desejos.

O objetivo do Mapeamento do Fluxo de Valor é visualizar um processo de tal forma que ele possa ser analisado. A principal atividade é desenhar as etapas do processo, e por cada etapa, o fornecedor, as entradas, o processo, as saídas e o cliente. Ainda assim, no mapa precisamos ser mais específicos, pois devemos quantificar tanto quanto possível. Isso significa criar etapas do processo lógicas e mensuráveis (o que também ajuda a identificar desperdícios).

Em seguida temos de ser claros sobre quais unidades de trabalho estão sendo processadas por este Fluxo de Valor. É importante compreender de onde vem o trabalho para este processo.

Tempo Takt (Takt Time)

A próxima informação que precisamos adicionar ao MFV é o Tempo Takt. Tempo Takt é o “coração” do processo, definido como o ritmo que o processo precisa manter a fim de acompanhar o tempo da demanda do cliente. Se o Tempo Takt é muito lento, o estoque se acumula no processo. Se é muito rápido, os recursos ficam ociosos. O Tempo Takt é calculado dividindo-se o tempo de trabalho líquido disponível pelo número de pedidos recebidos dos clientes.

É o Tempo takt que determina o ritmo correto do processo para garantir que ele forneça produtos para atender à demanda do cliente. Se o tempo médio entre duas saídas do processo é maior que o tempo takt, os clientes terão de esperar mais. Por isso ele é vital para gerenciar o fluxo de um processo e entender quanto tempo pode ser gasto nas suas etapas.

Métricas de tempo

Métricas de tempo são adicionadas ao MFV e elas precisam ser baseadas em medições. A maioria das medições pode ser derivada de ferramentas, no entanto pode ser necessário ir ao local de trabalho para medir a forma como ele é feito.

As quatro medidas mais importantes são:

1 – Tempo de Ciclo é o tempo realmente gasto na criação do produto ou serviço. Este tempo tem valor agregado.

2 – Tempo de Espera é o tempo gasto em espera para a próxima atividade.

O tempo de ciclo e o tempo de espera em conjunto formam o tempo gasto num processo.

Uma medida-chave do fluxo do processo é a Eficiência do Ciclo do Processo (PCE – Process Cycle Efficiency). Esta é a porcentagem do tempo de execução (lead time) gasto em atividades que agregam valor e é indicada no final da linha do tempo.

3 – Tempo de máquina é o tempo em que o produto é trabalhado em uma máquina. No caso da TI, temos tempo de máquina quando se reorganiza um banco de dados ou quando um sistema processa dados, por exemplo.

4 – Tempo de ajuste (changeover) é o tempo necessário para reconfigurar um dispositivo entre duas unidades de trabalho. Dentro da TI, encontramos esse tempo quando precisamos ajustar um ambiente de desenvolvimento entre diferentes mudanças de um programa.

Tempo de máquina e tempo de ajuste são formas muito específicas de tempo de espera.

Métricas de Processo

Em cada etapa podemos também adicionar métricas de processo. Quatro possíveis métricas de processo são:

1 – Linhas paralelas. É o número de linhas de trabalho que operam simultaneamente. Ter conhecimento do número de linhas paralelas ajuda a entender se há gargalos que podem ser corrigidos com a adição de capacidade extra de processamento (isso pode significar tanto pessoas quanto máquinas para aumentar a capacidade da etapa do processo).

2 – Capacidade. É o volume máximo de produção calculado de um processo ou de uma etapa de um processo.

3 – Rendimento (Throughput). É o volume de produção real de um processo ou da etapa de um processo, considerando todas as restrições.

4 – Trabalho em andamento (Work-in-Progress). É o volume médio de trabalho que está em andamento em qualquer ponto no tempo.

Cada uma dessas métricas fornece uma compreensão mais rica do processo e ajuda a analisá-lo.

Conclusão

Estas informações nos fornecem embasamentos importantes na adoção do DevOps, estruturar equipes para atender as demandas de maneira eficiente, priorizar a automação para efetivamente direcionar onde serão diminuídos desperdícios e fragilidades no fluxo (exemplo uso de Teoria das Restrições), implementar um pipeline que seja consistente com as disciplinas que podem ser adotadas pelas equipes no fortalecimento dos processos.

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